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A TV 3.0 podo dificultar o acesso de pessoas idosas ou habituadas com as novas tecnologias digitais
A nova televisão digital, chamada TV 3.0 ou DTV+, promete revolucionar o acesso à TV aberta ao incluir as emissoras no cardápio de aplicativos das smart TVs. Porém, especialistas e membros do Conselho de Comunicação Social (CCS) alertam para desafios relacionados à inclusão digital e à simplicidade do sistema, principalmente para pessoas mais velhas. O lançamento do novo formato está previsto para 2026.
Durante uma audiência pública realizada nesta segunda-feira, 2, Miguel Matos, presidente do CCS, expressou preocupação com a dificuldade de adaptação ao novo modelo. Após assistir a uma demonstração da DTV+, Matos descreveu o sistema como “complicado” e temeu a exclusão de telespectadores menos familiarizados com o ambiente digital. “Tudo aí já me pareceu difícil”, afirmou.
O conselheiro João Camilo Júnior reforçou a necessidade de um sistema de acesso simples e direto. Ele sugeriu que os novos controles remotos tenham botões específicos para acessar a TV aberta. Segundo Camilo, isso garantiria a continuidade do serviço gratuito e acessível para públicos de todas as idades.
Ana Eliza Faria, representante do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, explicou que o projeto da TV 3.0 prevê a criação de ícones visíveis na tela inicial das televisões. Esses ícones facilitariam o acesso à programação aberta em meio à concorrência com aplicativos de streaming. Além disso, o sistema incluirá um acesso direto através do controle remoto.
A TV 3.0 também deve abordar questões de privacidade, considerando o aumento de informações compartilhadas pelos usuários nas plataformas digitais. Os envolvidos no projeto destacam que o objetivo principal é garantir que a transição seja inclusiva e acessível, preservando a essência do serviço de TV aberta no ambiente digital.
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado