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Enquanto aliados ao governo defendem a mudança, oposição diz que a negociação é entre trabalhador e patrão
Nesta quarta-feira, 4, às 16:00, o fim da escala 6×1 no Brasil volta a ser tema em audiência na Câmara dos Deputados. O pedido para a reunião foi feito pela autora da proposta, Érika Hilton (Psol-SP) e acontecerá na mesa da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial.
“É de conhecimento geral que a jornada de trabalho no Brasil frequentemente ultrapassa os limites razoáveis, sendo a escala de trabalho 6×1 uma das principais causas de exaustão física e mental dos trabalhadores”, afirma Érika
Foram convidados diversos nomes de interesse para o assunto. Ricardo Azevedo, Fernanda Caetano, Priscila Araujo e Patricia Ikuno, membros do Movimento Vida Além do Trabalho. Também deverão estar presentes um representante do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e do Ministério da Trabalho e Emprego. Por fim, Crislaine Pereira Carneiro, Presidenta do SintratelRS, João Nadir Pires, Presidente Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados e Vestuário do Estado do Rio Grande do Sul – FETICVERGS, Adilson Araújo, Presidente da CTB Brasil e Assis Melo, Presidente da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil).
O fim da escala 6×1 no Brasil ainda não encontrou consenso nos Parlamentos. Deputados de base do governo defendem a proposta, enquanto a oposição defende que a negociação aconteça entre empregado e empregador.
A proposta de emenda à Constituição (PEC), encabeçada pela líder do Psol, deputada Érika Hilton, quer estabelecer uma jornada de trabalho de até oito horas diárias e 36 semanais. O brasileiro passaria a trabalhar 4 dias na semana e folgar 3.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que a carga de trabalho média do brasileiro (39 horas semanais) é maior que a média mundial, de 38,2 horas. “Trazendo para humanização a jornada de trabalho, teremos trabalhador mais satisfeito e rendendo muito mais”, disse.
Já o deputado Luiz Lima, do PL-RJ, afirma que a jornada de trabalho precisa ser discutida caso a caso. “Para uma faxineira que trabalha seis dias na semana, uma senhora de 40 ou 50 anos de idade, a jornada de 5 para 2 seria bacana”, disse. Para o deputado, obrigar um trabalhador a ficar 3 dias em casa, sendo que ele quer produzir, “é uma temeridade”.
Já Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, pontuou que a redução da jornada de trabalho é uma “tendência do mundo inteiro” e que tanto o Congresso quanto a sociedade precisam debater o tema.
Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados